A Estrutura de Apoio e Retaguarda (EAR) para doentes infetados, instalada no Seminário do Bom Pastor, reabre hoje por precaução, face ao aumento de casos no Norte. A reabertura pretende prestar apoio aos hospitais e instituições do distrito do Porto.
De acordo com a Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, a Estrutura reabre com capacidade para acolher 30 utentes - capacidade essa que pode ser expandida, se assim for necessário.
Esta EAR foi a primeira a abrir no país durante a vaga anterior. Em causa está um espaço que acolhe doentes infetados, em condições para continuar a sua recuperação fora dos hospitais, mas que não tenham retaguarda familiar e/ou condições em casa ou nas instituições onde vivem, como poderá ser o caso de utentes de lares ou outras situações apelidadas de "casos sociais".
O espaço, que esteve aberto de outubro de 2020 a março deste ano, pertence à Diocese do Porto e, desde o seu fecho, nunca chegou a ser desequipado. Por isso, para esta reabertura, foi apenas necessário recontratar recursos humanos, tendo já sido mobilizada uma dezena de técnicos e auxiliares que garantem o arranque.
No ano passado, esta EAR arrancou com 50 camas. Em março deste ano, de acordo com o balanço feito, foi revelado que as três Estruturas de Retaguarda no distrito do Porto já tinham recebido mais de 300 doentes, até então.
A reabertura da EAR do Bom Pastor acontece numa altura em que o aumento de casos na região Norte começa a tornar-se alarmante. Embora ainda não existam admissões, o objetivo é prevenir tais situações: "O objetivo é que ninguém necessite, mas está pronta.", disse Marco Martins, Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto e Presidente da Câmara Municipal de Gondomar.
O diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário de São João e gondomarense, Nelson Pereira, disse que o recurso ao Serviço de Urgência sofreu “em poucos dias” um aumento de 40% de casos suspeitos de infeção por COVID-19.
Marco Martins apela para que se protejam, porque "andar de vaga em vaga é brincar com a saúde, a economia e o futuro. Todos queremos ir para a praia e fazer festas, mas não é altura disso. É altura de prevenirmos e de nos respeitarmos", disse o autarca.
O também Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto fez o apelo dirigidos a todos, "mas sobretudo aos jovens", apontando que atualmente "a maior incidência está entre os 20 e os 39 anos".